terça-feira, 5 de maio de 2009

Blues

Postagem com clássicos do Blues



CD BLUES

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Kansas

Esse post vem sem a costumeira curta biografia porque... bem, tô sem saco. Só por isso.

Pretendo upar outro disco do Kansas, talvez seja a oportunidade de um pequeno comentário sobre a carreira dos caras.
Enfim, a banda foi formada por músicos porfissionais de uma cidadezinha chamada Topeka, que fica (advinhem!) no Kansas, por isso o nome. Os caras, alguns oriundos de conservatórios clássicos, são quase todos virtuoses, o que eleva o aspecto técnico da banda a um nível além do que se vê no rock em geral. Mas, detalhe muito importante, sem perder a pegada. Todos os holofotes sobre o principal compositor, e guitarrista solo: Kerry Livgren. Simplismente genial. A quantidade de idéias musicais por música surpreende. Riffs, solos, frases, arranjos, letras.. tudo é muito original e de muito bom gosto. Destaque também para o ótimo cantor e tecladista (embora Kerry também toque teclado pacas): Steve Walsh, dono de uma bonita voz e com um alcance consideravel; além de uma esmerada técnica ao piano, órgão e sintetizadores. E claro para o elemento diferencial: Robert Steinhardt, um dos primeiros violinistas em banda de rock.
Muito bem, banda apresentada, vamos ao disco..

O disco é "Point of know Return" de 1977; pra mim o pico de criatividade de Kerry Livgren, embora alguns defendam que isso teria ocorrido uma ano antes, com o lançamento de "Leftoverture", que também pretendo postar aqui. O disco vem bem variado em termos de temperos e de soluções criativas e bem homogêneo quanto à qualidade, ou seja, não há grande desnível entre as músicas. De qualquer forma, vamos comentá-las..
  • O Disco abre com a faixa-título, rockaço indispensável, com ótima performance vocal e riffs de sintetizador a la Asia.
  • Segue com "Paradox" um poço de grandes idéias; ótimos arranjos a moda renascentista, que devido aos instrumentos elétricos não soam, de forma alguma, datados; riffs do caralho; solos de violino seguidos de solos guitarra, enfim musicaço.
  • Em seguida uma peça instrumental, chamada "the Spider", com solos de sintetizador que fazem jus ao nome da música.
  • Na Sequência temos "Portait (he knew)", com sua belíssima introdução, descambando em outro rokaço.
  • Na próxima música os rapazes diminuem o ritmo com a canção "Closet Chronicles". Linda melodia e arranjo a cargo do órgão e do violino, mas com direito a interlúdio virtuose do sintetizador e riffs que poderiam muito ser de uma banda de heavy metal.
  • O descanso dura pouco pois em seguida vem a nervosa "Lightning's hand". De uma música com título tão sugestivo já se sabe o que esperar; basta dizer que tem os melhores solos de guitarra do disco, varias vezes dobrados com o sintetizador.
  • A balada "Dust in the wind" dispensa maiores apresentações; porém, devido à sua incessante repetição em rádios, comerciais, filmes e outros, a canção se tornou saturada, prejudicando assim a audição de peça tão bonita, e diminuindo seu valor com a excesiva popularização. Bom seria, se pudéssemos ouví-la como se fosse a primeira vez, com a devida atenção e cuidado.
  • Chegamos então a "Sparks of the Tempest", rock todo swingado e animal como só poucos podem fazer. Atenção à parte final da música, claramente matéria prima do que viria a ser um certo Scorpions, principalmente quando de suas reuniões com as orquestras da vida.
  • O último ponto alto do disco se apresenta com "Nobody's Home", linda peça, bem leve e delicada, com uma perfeita condução do violino.
  • o Disco chega ao fim com a um tanto viajante, mas nem por isso ruim, "Hopelessly Human"

Faço aqui um destaque especial para: Point of Know Return, Paradox, Lightning's Hand e Sparks of the Tempest.


Download de "Point of Know Return"

domingo, 28 de setembro de 2008

Alguns Comentários...

Apenas um parêntesis durante as postagens..

Primeiro gostaria de agradecer a vc, leitor assíduo do blog (ha ha ha), que vem aqui somente com o intuito de engrandecer sua cultura musical. Muito Obrigado! Para ti querido leitor, trago boas novas! Agora já podes comentar no blog! fazer reclamações, pedidos, elogios, chorar as mágoas, etc...

Em segundo lugar, peço desculpas pelo ritmo das postagens estar extremamente inconstante, mas a escola me tem tomado muito tempo. Prometo que em breve trarei várias coisas legais com maior frequência.

E em terceiro, venho amparar aqueles pobres seres com poucas habilidades no mundo digital e que estão sentindo dificuldade ao tentar baixar os cds do blog. Para efeitos de privacidade, não citarei nomes. Muito bem, é o seguinte..

Após clicar no link com o nome do cd desejado, abrirá uma página do servidor utilizado por mim, o badongo. Um pouco mais para a esquerda, haverá uma imagem com quatro letras, as quais deverão ser reproduzidas na caixa de dialogo logo abaixo.Clique em "Fazer Download do seu ficheiro" e uma nova tela vai abrir. Na parte de baixo dessa nova tela há uma contagem regressiva (cerca de 15 s), a qual depois de findada, se transformará num botão escrito "Fazer download". É só clicar, escolher onde quer salvar seu arquivo e pronto!

Agora, uma vez com o arquivo no seu PC, você precisará do programa "Win Rar" (fac simile do velho win zip) para descompactar os arquivos, o que é bem fácil. Basta clicar sobre o aquivo com o mouse direito e escolher "extrair aqui". Disponibilizo a seguir o link para baixar o Win Rar

Bem, recados dados, esperem pela próxima postagem!

sábado, 5 de julho de 2008

Eric Clapton

Dedicada para meu grande amigo Daniel...



"Clapton is God" dizia a pichação de um muro no metrô londrino. Foi feita depois de um show de Clapton com os Bluesbreakers; O autor, um completo desconhecido. Bastou para o já bem sucedido guitarrista de blues ganhar uma aura de mito e realmente ascender ao patamar dos deuses do rock. O grafitti reapareceu diversas vezes, no que parece ter sido uma febre da juventude britânica.
A história de Eric começa em Surrey; Um distrito ao sudeste, não muito longe, de Londres. Seu nascimento foi fruto de uma moça londrina de 16 anos e um militar canadense. É apenas mais uma dentre muitas estórias semelhantes à época. Estávamos no ano de 1945; Rolava a 2ª Grande Guerra. A todo momento chegavam na pequena ilha da Inglaterra os aliados, americanos e canadenses, prontos para lutar contra os alemães. Naturalmente, acabavam arrumando uma paquera nos dias de folga e pronto! estava feito o estrago. Muitos nunca saíram da alemanha e outros tantos simplismente voltaram para seu país de origem, ignorando a sorte de quem havia ficado para trás.
Muitas foram as crianças nascidas sem pai nessa época. Clapton foi apenas mais um. Infelizmente, para piorar, foi montado, entre a mãe e os avós de Eric, um terrível teatro que iria para sempre marcar a vida do menino. Miss Patricia Molly Clapton, então com 16 anos, passou a ser a irmã mais velha, enquanto Rose e Jack de avós, foram promovidos a pais. Imaginem o choque frente à descoberta. Cresceu o menino; Introvertido, tímido e deslocado. Embora pareçam superficiais, essas características teriam sérias repercussões em sua vida futura como veremos mais a frente.
A parte que nos interessa de verdade começa aos treze anos do jovem guitarrista, quando este ganha seu primeiro violão. Eric era canhoto, e como as dificuldades para obter um bom violão já fossem muitas, se viu obrigado a adaptar-se ao jeito destro de tocar. Com muita dificuldade no início, quase desistiu. Felizmente, o amor ao blues falou mais forte e as tarde inteiras dedicadas a aprender os acordes e licks de seus ídolos valeram a pena.
Quando com cerca de dezessete anos, juntou-se a sua primeira banda, e começou a se apresentar no circuito londrino. No ano de 1963, se junta aos Yardbirds o qual viria a dar um grande empurrão em sua carreira, tornando-o um dos guitarristas mais comentados no reino unido. Foi nessa época que ele ganhou o apelido de "Slow Hand", devido às frases lentas, mas cheias de pegada. Em '65 deixa os Yardbirds, agora sobre o comando de Page e Beck (como já comentado na resenha do Led Zeppelin), devido a divergências musicais. Clapton procurava algo mais voltado para o blues de raiz, ao passo que o Yardbirds estava se tornando cada vez mais um grupo de musica pop. Sem problemas. Logo na seqüência, Clapton se junta ao "John Mayall and the Bluesbreakers". Agora sim, em seu ambiente natural, Eric começa a ganhar real notoriedade como guitarrista de blues. É dessa época que datam as pichações no metrô, que, diga-se de passagem, muito incomodaram Clapton ao longo dos anos.
Embalado pelo sucesso, Clapton sai do Bluesbreakers um ano depois para formar um dos primeiros power-trios do rock (também já comentados aqui no blog): o "Cream". Formado em '66 por Jack Bruce (baixo e vocal), Clapton (guitarra e eventuais vocais) e Ginger Baker (bateria). O grupo conseguiu um grande público e apreciação junto à crítica, sendo um dos precursores das enooormes blues-jam sessions que viriam a se tornar a marca registrada de muitas bandas de blues-rock e rock psicodélico a época da transição dos 60 pros 70 (bandas como o Jimi hendrix Experience, Grateful Dead, Jefersson Airplane, Ten Years After; só pra citar algumas). Por falar em Hendrix, o gênio negro começa a fazer sucesso exatamente nessa época, ironicamente, na Inglaterra e não nos EUA (seu país de origem). São freqüentes as comparações entre ele e Clapton. É da época do Cream que sai um dos maiores sucessos de Eric, tocado até hoje em todos os shows feitos pelo guitarrista: Sunshine of Your Love. Infelizmente (ou felizmente), o Cream não durou muito tempo. Na verdade, a própria junção de seus membros já foi um feito, visto que havia rusgas de tempos passados.
Após um ano com o Cream, Clapton sai para formar o Blind Faith, que teria uma vida mais curta ainda, gravando apenas um disco. Excelente disco diga-se de passagem. A bolacha registra canções antológicas como "Had to Cry Today", "Well All Right" e "Presence of the Lord". Mesmo durando apenas sete meses, o Blind Faith conseguiu um ótimo sucesso nos EUA.
Aqui entra a parte inacreditável da história. Clapton, no auge de seu sucesso (até agora) decide que está "cansado" da situação de superstar. Pois é; Essa situação incomodava profundamente o tímido guitarrista, que tinha horror a dar entrevistas e gostava do canto mais escuro do palco. O que ele faz então? Sai de cena para se juntar a uma bandinha americana completamente desconhecida como músico de apoio. Mas não tinha mais jeito, Eric era uma estrela. Assim que juntou à banda, a mesma começou a fazer sucesso e o "problema" tinha recomeçado. Por volta dessa época, Clapton é encorajado a começar a compor e a cantar. Começam também as participações e reuniões especiais. De vez em quando, certo John Lennon iria ligar pra ele e perguntar: "Olha Eric, a Plastic Ono Band vai tocar esta noite, quer tocar com a gente?”. E Coisas do tipo rolavam o tempo inteiro. Tocou com Deus e o mundo, mas eu não vou listar nenhum deles aqui por ser desnecessário. Tá bom, apenas um.
Na primavera de 1970 sai "All Things Must Pass", o primeiro disco de um beatle após o término da banda (na verdade Harrison já havia lançado dois discos de musicas experimentais, mas que nem podem ser levados a sério). O disco contou com a participação de Eric e marcou profundamente o guitarrista por ter sido a época em que conheceu a esposa de George: Pattie Boyd.
Tá, tá; Todo mundo conhece a estória, mas não faz mal contar mais uma vez, senão fica faltando.
Clapton se apaixona perdidamente por Pattie, que de início não dá bola. Nessa época (1970), Eric estava formando um novo grupo pra si, o Derek and the Dominos (ainda sob efeito da "síndrome de pânico" do estrelato, usava um pseudônimo para não se sobressair aos outros membros da banda). Hipnotizado pela paixonite não correspondida pela mulher do amigo, o primeiro (e único) disco do Dominos -"Layla and Other Assorted Songs" - é inteiramente dedicado a Pattie Boyd, em especial a faixa "Layla", uma súplica velada a Pattie. Ela não resistiu muito tempo, deixou George e foi viver um longo romance com Clapton que resultou no casamento dos dois em 1979.
Quanto ao disco, é maravilhoso! Clapton interpreta suas músicas como nunca e suas composições estão bastante inspiradas. Destaque para "I Looked Away", "Bell Bottom Blues" (um tipo de balada romântica da qual o Slowhand se tornará especialista), "Layla", "Tell the Truth" e para a versão de "Little Wing" de Hendrix, que fora o riff feito por Eric, ficou muito boa. Chama-se atenção para o trabalho do guitarrista Duane Allman, fundador do Allman Brothers Band, que adicionou sua inconfundível guitarra slide (sua especialidade) a diversas músicas, além de contribuir no processo criativo.
George, apesar de corno, até que se deu bem na históra, pois Pattie era uma chata de galocha e já estava enchendo o saco do ex-beatle. Alguns anos de casamento depois, Clapton também chegaria a essa conclusão; mas não agora.
Ainda no ano de 1970, Clapton decide partir para a carreira solo, lançando seu primeiro disco, intitulado simplismente “Eric Clapton”. É um disco bem diversificado e que pode assustar quem só conhece os trabalhos mais famosos do guitarrista. Não obstante é um disco bem bacana. Na sua maioria são rocks com uma pegada bem blues, às vezes descambando para o gospel e para o soul. Atenção para as músicas: "Slunky", "Bad Boy", "Easy Now" - balada a la George Harrison, bem delicada- e "Blues power".
Também no começo dos anos setenta começam a aparecer os problemas com drogas e álcool de Clapton. O Guitarrista começa a exagerar na dose e a passar períodos cada vez maiores sem produzir e sem se apresentar. Os amigos mais próximos tentam dar suporte, mas é em vão; Eric vai ao fundo do poço tendo de ficar internado em clínicas de reabilitação por meses se recuperando da dependência da heroína. Nos camarins do Concerto pra Bangladesh (dezembro de 71) Eric desmaia, mas é revivido e continua o show. Em 73, Pete Townshend (do The Who) organiza o "Rainbow Concert" - que foi inclusive gravado e lançado em Cd- para comemorar o sucesso do tratamento e trazer o amigo de volta aos palcos.
Em '74, já livre da heroína (embora começasse a beber demais), traz novo vigor a sua carreira solo. Monta uma banda de apoio e lança um de seus melhores trabalhos: 461 Ocean Boulevard. É desse disco que sai a conhecida versão de Clapton para "I Shot the Sheriff" de Bob Marley - que com Clapton, atingiu o 1° lugar na lista da Billboard Hot 100 de '74 -. Afirmo sem sombra de dúvida que este "carimbo" do Slow Hand foi o que deu destaque e permitiu que o fenômeno Reggae saísse da Jamaica e entrasse nos EUA. Sem esse empurrão de Eric o Reggae teria permanecido uma música regional e sem expressão para todo o sempre. Além disso, embora "I Shot the sheriff" seja o único reggae no disco, várias músicas de 461 O.B. estão permeadas por levadas de guitarras bem características do estilo. Destaque para o rockaço "Motherless Children", para a lisérgica "Better make it through today", para "I Shot the Sheriff", "Mainline Florida" e "Let it Grow".
Os Anos seguintes continuariam produtivos para o guitarrista. '76 nos legou "No Reason to Cry", que embora não tenha tido sucesso comercial, tampouco foi aclamado pela crítica, tem bons momentos como "All Our Past Times", "Hello Old Friend", "Double Trouble" e "Black summer Rain". No mais, embora não essencial, é um disco muito agradável de ouvir. Já '77 é o ano de "Slowhand"; Ótimo disco, que consagrou alguns dos hits mais famosos de Clapton como "Cocaine", "Wonderful Tonight" (também composta sob inspiração de Pattie), "Lay down Sally" e "Next Time you See Her". Em '78 sai Backless, contendo algumas ótimas faixas como "Watch out for Lucy" e "If I Don't Be There By Morning". Pode-se dizer sobre esse período de '74 a '78 como o que rendeu melhor frutos à extensa carreira do guitarrista.
Em 1984, ainda casado Pattie Boyd, Eric pula a cerca com Yvonne Kelly e os dois tem uma filha no ano seguinte - filha essa que permanece escondida da mulher e da imprensa até 1991-. Em 85 Clapton tem um caso com a modelo italiana Lory Del Santo, que em 86 deu à luz ao seu filho Conor. Seguido desse caso, que se tornou público, veio o divórcio em 1989. Em 1990, uma tragédia, Conor de então quatro anos cai do 53° andar de um apartamento em NY. A dor de Clapton é expressa no acústico de 1992 através da canção "Tears in heaven" que lhe rendeu 6 grammys aquele ano. "Unplugged" deu início à febre das gravações acústicas sob crivo da MTV e marcou ainda uma volta de Clapton às suas raízes de blues. O album traz, além de "Tears in Heaven", uma interessantíssima versão de "Layla". A volta às origens foi confirmada com o álbum "From The Cradle" de '94, apenas de canções tradicionais do blues, num tributo aos clássicos que influenciaram o seu estilo.
Após alguns anos sem nada digno de nota, Eric volta a ficar em evidência em 1996 com sua regravação de "Change the World" pela qual ganhou um grammy em 97. Em 1999 Eric conhece Melia McEnery com iria se casar em 2002 e ter três filhas até 2005; Os dois permanecem juntos até hoje. Nesse ano de 2008, o Estado comunista Norte-Coreano convidou o guitarrista para se apresentar no país. Se aceitar, Clapton será o primeiro astro de rock ocidental a tocar no país. O evento deve ocorrer em meados de 2009.
Embora com muitos altos e baixos comerciais, Clapton sempre esteve em atividade. Gravou uma porrada de discos solos, discos com as mais variadas bandas, trilhas sonoras, dezenas de participações especiais, shows beneficentes, etc...A seguir, alguns discos nos mais variados momentos da carreira de Clapton, mostrando um guitarrista e compositor extremamente versátil; Sempre capaz de se renovar.




Cream - Disraeli Gears






Blind Faith - Blind Faith





Derek and the Dominos - Layla and Other Assorted Songs




Eric Clapton






461 Ocean Boulevard






No Reason to Cry


Slowhand






Backless


Unplugged



From the Cradle

Coletânia - The Blues - cd 1
Coletânia - The Blues - cd 2


domingo, 15 de junho de 2008

Emerson, Lake and Palmer

Dando continuidade ao som progressivo, trago pois, outro gigante do estilo, o Emerson Lake and Palmer.


Em idos da década de 70, começavam a surgir, principalmente na Inglaterra, os chamados "power trios"; Bandas formadas por baixo, bateria e guitarra simplismente (em contraste com a habitual formação dos '60, geralmente com duas guitarras) . Eis que partindo de uma banda extremamente experimentativa (o "Nice"), Keith Emerson (órgão, piano e moog) funda o ELP junto com Greg Lake (baixo, voz e eventualmente violão) e Carl Palmer (bateria). Originalmente, ninguem menos do que Jimi Hendrix se juntaria a banda, mas o gênio negro faleceu antes disso ser possível. Sem problemas, ficou ELP mesmo, que já começava inovando, tendo ao invés de uma guitarra elétrica como astro principal; Hammonds, pianos e Moogs.

Aqui cabe inclusive uma pequena passagem histórica sobre a criação do Moog, visto que esta, está diretamente ligada ao ELP. Idealizado pelo Dr. Robert Moog, em parceria com Keith Emerson, o Moog foi o protótipo dos sintetizadores como os conhecemos. A idéia de executar sons de variados instrumentos através das teclas de um piano já vinha sendo desenvolvida a alguns anos com o chamado Mellotron; Entretanto este se baseava na gravação dos sons de, por exemplo, uma flauta em uma fita cassete, e que eram executados "alive" quando pressionadas as teclas; Sendo assim tão rudimentar, gerava enormes problemas, principalmente ao serem transportados devido a turnês.

O Moog veio como uma evolução do mellotron, na medida em que além de não usar fitas cassetes, supostamente ainda poderia reproduzir sons de diversos instrumentos. Mas a verdade é que no som do moog não havia fidelidade a qualquer instrumento conhecido; Sem saber, o Dr. Robert Moog criou um novo instrumento, o sintetizador. Originalmente o Moog era um trambolho; um aparelho gigante e dificílimo de usar; Pra piorar: Monofônico (só executava uma nota por vez, sendo usado quase exclusivamente para solos). Pela sua dificuldade foi muito pouco usado no rock; Como usuários habituais destacam-se Keith Emerson, Rick Wakeman e mais alguns poucos tecladistas de rock progressivo.

É verdade que a "não-fidelidade" sonora do moog tinha o dedinho de Keith Emerson, que tinha uma queda por sons estranhos; Por isso mesmo é comum se dizer que o moog foi criado "para" Keith Emerson, tendo sido o ELP o primeiro grupo a fazer uso dele em discos e apresentações.


Bem, começemos a resenha...

O Emerson, Lake and Palmer foi criado em 1970.Seu nome quase foi Hendrix, Emerson, Lake, and Palmer (ou HELP). Em 1969, Keith Emerson estava tocando com os The Nice, e Greg Lake estava tocando com o King Crimson. Após tocarem nos mesmos concertos algumas vezes, os dois tentaram trabalhar em conjunto, mas perceberam que seus estilos não eram compatíveis, mas sim complementares. Eles desejavam se tornar uma banda composta por teclado, baixo e bateria, algo que nunca havia sido feito ateriormente, mas sentiram que era algo utópico, e então saíram a procura de um baterista. Antes de confirmar Carl Palmer na banda, Mitch Mitchell (do The Jimi Hendrix Experience) foi contactado. Ele não se interessou mas passou a idéia para Jimi Hendrix. Hendrix, cansado de sua banda e querendo experimentar idéias diferentes, expressou interesse em tocar com o grupo. Por conflitos nas agendas dos músicos isso não foi possível inicialmente, mas o plano era unir Hendrix no Isle of Wight Festival (em 1970). Infelizmente Hendrix faleceu, reduzindo a banda à Emerson, Lake and Palmer.

Os primeiros quatro anos foram muito férteis em criatividade. Lake produziu os primeiros seis álbuns da banda, começando por Emerson, Lake and Palmer (álbum) em 1970, que continha o hit Lucky Man. Tarkus (de 1971), foi o primeiro álbum conceitual de sucesso da banda, descrito como uma história de evolução reversa. A gravação ao vivo de 1971 da interpretação da obra de Modest Mussorgsky Pictures at an Exhibition foi um sucesso, o que contribuiu para a popularidade da banda. O álbum de 1972 Trilogy continha o single mais vendido da banda, From the Beginning.
No final de 1973, o álbum Brain Salad Surgery foi lançado, se tornando o álbum de estúdio mais famoso da banda. As letras foram parcialmente escritas por Peter Sinfield, que foi o criador do conceito King Crimson e único letrista em seus primeiros quatro álbuns. As subsequentes turnês mundiais foram documentadas em uma gravação ao vivo tripla, intitulada Welcome Back my Friends to the Show that Never Ends.
O ELP parou por três anos para reinventar sua música, mas perdeu contato com a cena musical em transição. Fizeram turnês pelos Estados Unidos e Canadá em 1977 e 1978, para manter o contato direto com seu público. Mas com a expansão dos movimentos disco, punk e new wave, a banda não conseguiu mais se manter como inovadores da música. Eles terminaram a banda por conflitos pessoais.

Em 1985, Emerson e Lake formaram outro ELP, desta vez com o baterista de heavy metal Cozy Powell. Palmer não aceitou participar da reunião, preferindo se manter com o Asia. Rumores também ligavam Bill Bruford à nova formação, mas o ex-baterista do Yes estava com o King Crimson e seu novo grupo Earthworks. Emerson, Lake & Powell teve sucesso razoável, com o single Touch and Go gerando espaço nas rádios e na MTV. Apesar disso, a tensão já antiga entre Lake e Emerson resurgiu na turnê de 1986. Emerson e Palmer posteriormente se uniram a Robert Berry para formar a banda 3, que não nunca obteve sucesso.

Aqui estão as duas maiores pérolas criadas pelo ELP, discos que com certeza se encontram entre os melhores da história do gênero progressivo, o primeiro é o Trilogy, album de 1972 que conta com "From the Beginning" o single mais comercial do ELP, é um album em que os 3 músicos esbanjam talento e que contou com a colaboração de Aaron Copland na faixa "Hoedown", já o Brain Salad Surgery, para muitos é o melhor album da banda, a faixa mais conhecida é "Karn Evil 9 - 1st Impression, Part 2" (famosa pelo bordão Welcome back my friends to the show that never ends...). "Karn Evil 9" como um todo teve que ser originalmente dividida nos lados A e B do álbum. O CD estadunidense também dividia a faixa, mas lançamentos posteriores apresentavam a obra em uma só faixa. As letras foram co-escritas por Greg Lake e seu companheiro e ex-membro do King Crimson Peter Sinfield. Na faixa instrumental "Toccata", baseada no primeiro concerto para piano de Alberto Ginastera, efeitos especiais de sintetizador foram produzidos não por Keith Emerson mas por Carl Palmer, usando a técnica recém desenvolvida de sintetizadores de bateria. Ginastera aparentemente não ligou para a utilização de sua obra pela banda, nem cobrou seus direitos autorais. Pelo contrário, o compositor gostou da nova versão.
A capa do album foi desenhada por H. R. Giger.


Trilogy

Brain Salad Surgery



terça-feira, 10 de junho de 2008

YES

oooww...
Chega de coletâneas...

Alguns álbuns agora de um dos maiores expoentes do rock progressivo: YES!!
Ó... Coisa pra nego maconhado hein... Depois não diz que eu não avisei...

Formado 1968 por excelentes músicos ingleses, alguns oriundos da escola clássica, o yes sempre foi um grupo destacável tanto pela inventividade quanto pelo virtuosismo de seus integrantes (alguns diriam que pela feiúra também, mas não vamos ser malidicentes, sim?) . A banda começa com a seguinte formação: Jon Anderson (vocal), Chris Squire (baixo), Tony Kaye (teclado), Peter Banks (guitarra) e Bill Bruford (bateria).

Depois de dois Lps sem graça a banda sofre uma remodelagem importantíssima em meados de 1970: Sai Peter Banks; Entra Steve Howe. Melhora imediata. O terceiro Lp (The Yes Album) é maravilhoso e já demonstra até onde o yes haveria de chegar. Riffs inspiradíssimos, harmonias vocais melodiosas, solos avassaladores e letras o mais filosóficas dão o tom do disco. O disco conta também com a indispensável figura do produtor Eddie Offord, considerado um mago dos estúdios, que se tornou uma ponte entre a fértil imaginação do yes e a real transformação dela em música.

Chega o ano de 1971, e com ele o último personagem que constituiria a formação clássica do yes: Rick Wakeman, substituindo Tony Kaye; o qual não conseguia se equiparar a Howe em termos de performance.

Wakeman, formado em piano clássico, músico de estúdio profissional, viria a se tornar uma atração a parte nos shows do yes com seus quase dois metros de altura, cabeleira loira escorrida, capa de brilhantes e seu contingente de teclados, órgãos Hammond e mini-moogs o cercando.

Já com a formação clássica, lançam em 1972 dois discos fabulosos: "Fragile" e "Close to the Edge". A ótima química da banda gera uma maior sofisticação nas composições e arranjos chegando quase ao limite em "Close to the Edge", um título bem apropriado. "Fragile" marca também o começo da longa parceria entre o Yes e o artista plástico Roger Dean, ícone do psicodelismo setentista. Dean confeccionou uma logo e passou a desenhar as capas e os encartes dos discos para o Yes, tornando a atmosfera da banda ainda mais surreal.

Pouco antes do lançamento de "Close to the Edge", Bill Bruford deixa o yes para se juntar ao King Crimson (do qual provavelmente se tratará aqui mais tarde). A decisão foi recebida com incredulidade pela banda; Bruford deixava um fenômeno comercial como o yes por uma banda obscura à época como o King Crimson; Paciência... Em seu lugar a banda contrata Alan White, que muito embora sem a técnica altamente apurada do entusiasta de jazz Bruford, dá conta do recado.

Em 73 sai um ambicioso projeto bancado pela gravadora Atlantic Recors: um disco triplo contendo as performances ao vivo dos maiores sucessos dos últimos três discos do yes. Nada digno de nota. Entretanto, no mesmo ano, o yes que já vinha se aproximando da beirada, caiu ribanceira abaixo. Sai o disco Duplo "Tales from Topographic Ocean"; viagem total. Totalmente baseado... Baseado em dois livros que Jon Anderson leu (John Michell’s A Vista sobre Atlantis e P. Yogananda’s Autbiografia de um Iogue); Algo sobre tudo estar conectado, o sentido da vida e sabe-se lá mais o que. Naturalmente ele adorou os livros, tendo incluvise mudado todo o seu estilo de vida após a leitura dos mesmos.

Pessoalmente eu adoro o disco, mas... Esse em especial é algo muito pessoal. A título de comentário, vale dizer que alguns discos de rock progressivo não são realmente digeridos numa primeira audição, requerendo do ouvinte paciência e boa vontade de ouvi-lo várias vezes e em diferentes estados de espíritos para confirmar ou não uma primeira impressão ruim. Posso tomar esse álbum mesmo como exemplo, que a princípio não me agradou, mas com o tempo tornou-se um de meus favoritos.

Como pode se imaginar a estranheza foi geral; Do público, da crítica e até dos músicos. Rick Wakeman, que paralelamente ao yes tecia uma carreira solo de grande sucesso decide deixar a banda, dando lugar ao músico de electric-jazz(??) Patrick Moraz.

Em 74 o yes lança o primeiro e único disco com Moraz (Relayer), que foi extremamente criticado por tudo e por todos. Justiça seja feita, quando Moraz entrou em estúdio, 80% do álbum já estava gravado. Como Howe achasse que não haveria tecladista, encheu o disco de guitarras e mais guitarras. Na hora de Moraz mostrar serviço, as músicas ficaram saturadas de instrumentos, o que prejudicou enormemente o disco. Salva-se a parte final da suíte de vinte minutos: "Soon", um dos maiores sucessos comerciais do yes, tendo sido um dos pontos de partida para a apreciação do yes pelo público brasileiro.

Fiquemos por hoje apenas com o filé do que o yes já produziu, pois a partir de "Relayer" o nível desce muito, embora já no próximo disco volte a contar com a participação de Wakeman. Quem sabe em postagens futuras eu não venha a dar continuidade a essa seqüência...








Fragile


Close to the Edge




quarta-feira, 4 de junho de 2008

Creedence Clearwater Revival

Tentando variar um pouco as postagens...
Para quem só conhece "Have you ever seen the rain?", ótima oportunidade de conhecer o resto do excelente trabalho desse grupo de country rock americano.Tens aqui o disco 1 de uma coletânia em dois volumes (Eu postaria o segundo se o tivesse, mas por enquanto é uma boa introdução à banda).

Uma ou outra música mais fraca, mas no geral tudo muito bom.Destaque para: "Susie Q", "Proud Mary", "Bad Moon Rising", "Green River", "Fortunate Son", "Who'll stop the rain", "Lookin' Out my back door", "Long as I can see the light" e claro.. "Have you ever seen the rain".


Chronicle vol 1